Tardiamente, gestão do CREA-SP anuncia austeridade. Onde? Quando? Será?

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José Manoel Ferreira Gonçalves

Os profissionais registrados no CREA-SP já sabem: Todo anúncio oficial da atual gestão do Conselho precisa ser encarado com a devida cautela. Afinal, a Justiça ainda analisa a situação do presidente em exercício, que se encontra sub judice, uma vez que, para efeito legal, não foi confirmado o resultado das últimas eleições.

Legitimidade à parte, como reflexo da luta por transparência que travamos na última campanha eleitoral, percebemos uma tímida movimentação do CREA-SP a favor da prestação de contas à categoria e da observância dos preceitos necessários à correta administração de uma autarquia pública.

Exemplo disso é o fato de que só agora o CREA-SP anuncia que vai se adequar a uma exigência de 2016 do Tribunal de Contas da União, sobre concessão de benefícios ao pessoal que trabalha no Conselho.

Anunciada em uma circular datada de 10 de maio, a medida inclui o corte de vários benefícios até aqui concedidos à equipe. O descontentamento interno seria menor se o CREA-SP tivesse implantado um plano de carreira para seus colaboradores, conforme defendemos entre nossos compromissos de campanha em 2020.

Resta saber agora se essa austeridade esboçada no âmbito interno vai prevalecer também no cenário mais amplo. A Engenharia aguarda os devidos esclarecimentos do CREA-SP sobre as rachadinhas, os gastos excessivos em diárias e as permutas de imóveis em condições nebulosas.

A hora da verdade está chegando. As mudanças no CREA-SP precisam ser radicais e efetivas para resgatar a representatividade, a moralidade e a democracia. Essa luta continua!

José Manoel Ferreira Gonçalves é engenheiro, jornalista, advogado, professor doutor, pós-graduado em Ciência Política pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, integrante do Engenheiros pela Democracia, presidente da Ferrofrente e presidente da AGUAVIVA – Associação Guarujá Viva.

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