O Brasil foi um dos últimos países a abolir a escravidão. A abolição só foi possível graças à luta de escravizados e escravos libertos através de insurreições e rebeliões coletivas. Porém, toda a história da luta do povo negro no Brasil é constantemente subestimada, apagada e substituída por uma versão romantizada que coloca no papel de heróis aqueles que foram os algozes do povo negro e indígena.
Um exemplo são as estátuas de Bandeirantes — caçadores de gente, escravagistas — que são erguidas, consagrando o legado sujo de malfeitorias desses elementos, enquanto que a presença de homenagens a figuras históricas da luta antirracista e abolicionista no país permanece inexpressivas.
No Brasil, segundo levantamento do coletivo Tereza de Benguela, são 180 monumentos retratando figuras marcadamente ativas em suas épocas na violência contra negros e indígenas. Apagar a história de uma população que foi, e ainda é, marginalizada e explorada é uma estratégia usada pelas elites econômicas e políticas para afastar o povo da luta por direitos. É preciso refundar as imagens do Brasil.
Valorizar a história negra e indígena no Guarujá é um passo essencial para combater o racismo estrutural e promover a igualdade. Buscamos construir uma cidade que reconheça e valorize a verdadeira história e promova a justiça e a igualdade para todos os seus cidadãos.
Para valorizar a verdadeira história negra e indígena no Guarujá, lutamos por:
Remover e proibir a criação de novas estátuas, monumentos e nomes de ruas e avenidas de escravagistas dos ambientes públicos, de forma a contextualizar a existência dessas figuras como parte da história, e não como referências;
Criar e apoiar eventos que celebrem datas importantes na luta contra a escravidão e o racismo;
Erguer símbolos das resistências negra e indígena em locais públicos, de modo a dar visibilidade à luta histórica desses povos;
Tratar de forma direta e aprofundada nas escolas os danos da colonização aos povos violentados e os movimentos de revolta por eles encabeçados.