O CORINTHIANS CARECE DE VOZ

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José Manoel Ferreira Gonçalves
Engenheiro, Membro da Chapa 55 – Paixão Corinthiana

Quando o silêncio grita mais alto

Há algo mais triste do que ver o Corinthians mudo? A torcida fala, o estádio reclama, mas a instituição, esta, parece encolhida. Uma crônica recente traduziu um sentimento que vem crescendo: o Corinthians sofre com a arbitragem, com a desorganização e, sobretudo, com a falta de quem o defenda. Quando o apito erra, falta voz; quando a crise financeira aperta, falta direção; quando a imagem do clube é atacada, falta presença.

É fácil culpar apenas a má gestão ou os cartões corporativos que, aqui e ali, viram manchete. Mas o buraco é mais profundo. Porque falamos de um clube que não se desorganiza apenas nas planilhas — ele se desorganiza, também, no campo e nas ideias.

Do gramado ao cofre vazio

O time que se vê em campo traduz o desequilíbrio fora dele. Um elenco limitado, taticamente previsível e emocionalmente desamparado. Não há indignação, nem revolta, nem senso de pertencimento. A arbitragem erra, o torcedor se enfurece, e o silêncio institucional é ensurdecedor. Ninguém exige explicações, ninguém cobra critérios, ninguém fala pela camisa.

Enquanto isso, o Corinthians acumula derrotas simbólicas que custam caro. Porque cada pênalti não marcado, cada expulsão injusta e cada decisão mal explicada também drenam cofres. A queda de desempenho reduz premiações, afasta patrocinadores e mina o moral do torcedor. A crise financeira, portanto, não nasce apenas da má administração: ela germina no gramado e floresce na omissão.

Corinthians Liderança Institucional Defesa

Um clube do tamanho do Corinthians não pode viver sem liderança. O presidente precisa ter rosto, o diretor de futebol precisa ter voz, e o técnico — por mais contestado que seja — precisa ser respaldado. Quando a instituição não se defende, perde autoridade. E quando perde autoridade, vira alvo fácil. A imprensa pauta o clube, o tribunal julga sem resistência e o torcedor sente que fala sozinho.

Liderança, neste caso, não é gritar na beira do campo. É articular bastidores, defender o escudo e garantir que o Corinthians não seja refém de circunstâncias. É ter alguém que enfrente os microfones, que cobre da arbitragem transparência e que leve à grande imprensa uma narrativa de respeito. Porque a defesa institucional é também defesa econômica.

Corinthians Liderança Institucional Defesa

Enquanto o clube continuar sem comando, a cada derrota surgirá um culpado novo, mas o problema seguirá o mesmo: falta de norte. O Corinthians precisa de quem o proteja, de quem o represente, de quem lembre à sociedade o peso histórico dessa camisa. O torcedor, esse, continua fiel. O que falta é um líder que transforme indignação em estratégia e discurso em ação.

*José Manoel Ferreira Gonçalves é Engenheiro Civil, Advogado, Jornalista, Cientista Político e Escritor. Pós-doutor em Sustentabilidade e Transportes (Universidade de Lisboa). É fundador e presidente da FerroFrente e da Associação Água Viva, coordenador do Movimento Engenheiros pela Democracia (EPD) é um dos fundadores do Portal de Notícias Os Inconfidentes, comprometido com pluralidade e engajamento comunitário.

Declaração de Fontes: Texto inspirado em publicação da jornalista esportiva Ana Thaís Matos e em informações públicas sobre a situação administrativa e esportiva do Sport Club Corinthians Paulista até 2025.
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