O CREA-SP mostrou no último fim de semana mais uma vez que dinheiro não é problema para a atual gestão quando se trata de publicidade – mesmo quando nada há de positivo para ser apresentado à categoria que contribui para a manutenção do Conselho.
Pasmem: Os cofres da entidade custearam meia página de anúncio no primeiro caderno da edição dominical de um dos principais jornais de São Paulo!
Estimada em cerca de R$ 300 mil, segundo o site Rock Content (www.rockcontent.com), a inserção não traz nenhuma notícia relevante, nenhuma mensagem construtiva para a sociedade ou campanha dirigida aos profissionais. Simplesmente oferece desconto de 10% na anuidade para quem pagá-la até o final do mês.
Não bastasse esse benefício ser uma obviedade, prevista inclusive por lei, a propaganda do CREA-SP é ainda mais aviltante – um verdadeiro tapa na cara da categoria – quando pensamos nos milhões que foram gastos nos últimos meses com publicidade inócua e dispendiosa em emissoras de rádio e tevê, sem falar das diárias bancadas pelo Conselho, que atingiram gastos estratosféricos em 2020.
Enquanto isso, o que deveria ser essencial fica em segundo plano. A fiscalização do exercício profissional é falha, e a prestação de serviços a quem paga a anuidade obrigatória é praticamente inexistente.
Isso sem mencionar que a falta de recursos é utilizada pelo CREA-SP como argumento para não cumprir com os reajustes previstos em lei para seus trabalhadores, o que motivou a paralisação dos funcionários no ano passado.
Afinal, qual a prioridade do CREA-SP para aplicar seus recursos financeiros, que atingiram cerca de R$ 300 milhões em 2019? Publicidade ou os profissionais cadastrados no Conselho, que são a razão de sua existência?
Nossa luta pela moralidade e democracia na gestão do CREA-SP continua. Ainda é tempo de mudança!
José Manoel Ferreira Gonçalves éengenheiro, jornalista, advogado, professor doutor, pós-graduado em Ciência Política pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, integrante do Engenheiros pela Democracia e presidente da Ferrofrente.
Foi o candidato mais votado nas últimas eleições do CREA-SP entre os que legalmente poderiam concorrer.