Um Brasil sobre Trilhos

Edição 3, 2015
Livro reúne artigos de grande relevância para o desenvolvimento da nação. O autor nos mostra que, no passado, os trilhos foram essenciais para a formação do território e o desenvolvimento econômico dos sertões, cuja extensão territorial não poderia ser articulada de forma dinâmica pelos tropeiros e suas mulas. Foi necessário investir em ferrovias e redes de logística para o transporte de mercadorias.
Autor: GONÇALVES, JOSÉ MANOEL FERREIRA
Idioma: PORTUGUÊS
Editora: SENDAS EDIÇÕES

Prefácio, por Bruno Meirinho

Um projeto de nação deve ser, também, um projeto de apropriação do território. E é necessário lembrar que território é área inscrita nos limites nacionais, mas também rede. Ou seja, além de considerar a extensão territorial de uma nação, é necessário observar a rede de conexões e circulação que articula essa extensão territorial.

Por isso, gostaria de antecipar a você que vai ler Um Brasil Sobre Trilhos, o título é algo metafórico, este não é um livro apenas sobre ferrovias. Aqui José Manoel Ferreira Gonçalves nos oferece sua visão de Brasil, ou seja, trata-se de um livro sobre um projeto de nação.

Para que o Brasil caminhe sobre os trilhos, ainda precisamos de um grande projeto de integração nacional que permita a realização e a circulação das riquezas produzidas pelo trabalho, em cada canto deste país.

Isso exige uma visão qualificada de redes de integração que não sejam restritas à malha rodoviária – essencial para a mobilidade por meio de carros e caminhões – ou à rede de linhas aéreas – ainda concentrada nas regiões sul e sudeste. É urgente reativar, qualificar e ampliar a rede ferroviária brasileira.

Desde cedo, o Brasil compreendeu que não bastava apenas delinear os limites externos do território nacional. Para conquistar os espaços, era essencial percorrer territórios, ingressar sobre áreas ainda não desbravadas e constituir redes que mantivessem ativa a conexão entre o centro e o sertão. Foi assim que se avançou para muito além dos limites do Tratado de Tordesilhas, que fundou a primeira extensão territorial da colônia portuguesa em terras brasileiras.

O autor nos mostra que, no passado, os trilhos foram essenciais para a formação do território e o desenvolvimento econômico dos sertões, cuja extensão territorial não poderia ser articulada de forma dinâmica pelos tropeiros e suas mulas. Foi necessário investir em ferrovias e redes de logística para o transporte de mercadorias.

No entanto, as redes – que são a vocação constitutiva do grande território brasileiro – parecem estar condenadas ao sucatea- mento pelos sucessivos governos que se esquecem do dever de
manter em curso um projeto de nação.

Com esta preocupação, José Manoel nos oferece suas reflexões sobre o processo de concessões e privatizações do patrimônio ferroviário brasileiro. O assunto exige o olhar de todos os que pensam sobre o futuro das redes de logística.

De um lado, defende-se que as concessões podem tornar a rede ferroviária mais dinâmica, sob os valores do empreendedorismo. Por outro lado, interesses privados podem olvidar-se dos compromissos com a sociedade e com a nação.

O processo contínuo de sucateamento e paralisação de investimentos nas redes ferroviárias, mesmo após a privatização de vários trechos, nos mostra que ainda é preciso aperfeiçoar os mecanismos. É urgente que as ferrovias sejam vistas como elementos estruturantes da soberania nacional.

José Manoel anuncia também os valores ecológicos das ferrovias. Cada vez mais reconhecido pelas suas virtudes na área da sustentabilidade, o modal ferroviário vem sendo recuperado e fortalecido em diversas partes do mundo, e neste livro somos convidados a aderirmos à causa em nome do futuro de nossos recursos naturais.

Com esse espírito, José Manoel nos oferece um legítimo manifesto em defesa da nação. Com sua visão estadista, ele nos convida a olhar para a ecologia da integração nacional. Seus textos combinam sofisticado conhecimento técnico e experimentada visão prática e social.

Assim, as contribuições de José Manoel não são apenas teóricas. O autor deste livro é, antes de tudo, um ativista da causa ferroviária. Com grande generosidade, ele ensina sobre assuntos até então reservados às disciplinas avançadas da engenharia dos transportes e faz o convite para unir forças em nome dos trilhos que queremos.

Tive a alegria de conhecer este livro antes de ser publicado, e, com muita honra, recebi o convite do amigo José Manoel para escrever este prefácio. Como testemunho de minha experiência de leitura, digo a vocês que este livro me instigou a seguir o exemplo generoso e ativista. Desejo que possa ser a porta de entrada para que vários outros leitores somem-se a essa causa.

Bruno Meirinho
Advogado, Diretor Jurídico da Ferrofrente,

Depoimento

Antes de tudo um idealista. Nunca imaginei o quanto é difícil, a pretexto de apresentar as qualidades pessoais do autor de uma obra técnica, elaborada por um idealista de boa formação acadêmica, usando como espaço de vinte linhas. (José Alberto Moraes Alves Blandy, jornalista e advogado) Tive a alegria de conhecer este livro antes de ser publicado, e, com muita honra, recebi o convite do amigo José Manoel para es- crever este prefácio. Como testemunho de minha experiência de leitura, digo a vocês que este livro me instigou a seguir o exemplo generoso e ativista. Desejo que possa ser a porta de entrada para que vários outros leitores somem-se a essa causa. (Bruno Meirinho, advogado)

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