O bom combate que deixou legado precioso
Apresentado por Murilo Pinheiro
Nós precisamos urgentemente de um ganho de qualidade expressivo na gestão do Sistema CONFEA/CREAs. Autarquias federais encarregadas de regular e fiscalizar a engenharia e várias outras profissões da área tecnológica, esses órgãos poderiam realizar muito mais, melhor e de forma mais transparente e democrática. Teriam ainda a condição de, fazendo valer o seu papel, zelar pelas atribuições das diversas categorias e modalidades, evitando conflitos desnecessários e desgastantes e assegurando mercado aos quadros técnicos realmente aptos às atividades.
Essa função de interesse dos profissionais, mas também de toda a sociedade, é fundamental e deve ser desenvolvida com seriedade e atualidade, pois é preciso que o nosso sistema acompanhe a evolução permanente da tecnologia que tem impacto direto sobre as nossas carreiras.
Por fim, também no contexto da constante evolução de processos e ferramentas, o Sistema, que arrecada verba vultosa com a contribuição de todos nós, pode ter papel muito relevante em assegurar qualificação aos profissionais. Mais uma vez, agir nessa direção seria atuar em prol dos engenheiros e demais categorias, da sociedade e do desenvolvimento nacional.
A oportunidade para tornar esses anseios realidade se apresentou no ano passado, com a candidatura de José Manoel Ferreira Gonçalves à presidência do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo (CREA-SP). Unindo competência, disposição de trabalho e uma história de idoneidade, ele elevou o nível da disputa no Estado.
Disposto a colocar em pauta as questões que importam aos profissionais e a fazer uma administração à altura da relevância dos quadros técnicos abrangidos pela instituição, José Manoel agitou de forma positiva a campanha eleitoral 2020.
Surpreendeu ao fugir do tradicional jogo de cena que, pleito após pleito, mantém o processo restrito a um pequeno grupo, e buscou incansavelmente jogar luz sobre questões obscuras do CREA-SP e também sobre as possibilidades de avanço que estavam efetivamente ao alcance, demandando vontade política e seriedade para serem concretizadas.
O resultado das urnas, numa eleição que não favoreceu a ampla participação ao descartar o voto a distância em plena pandemia do novo coronavírus, não foi o melhor para os profissionais paulistas. No entanto, a semente plantada nessa campanha histórica deixa legado precioso, conforme o importante relato deste livro.
Os temas de suma importância levantados por José Manoel não voltarão a algum baú esquecido como gostariam o que preferem a comodidade de deixar tudo como está. Permanecerão à vista e em debate permanente como promessa de tempos melhores no Sistema CONFEA/CREAs.
Murilo Pinheiro é presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (SEESP) e da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE)