Hidrogênio Verde: Uma Oportunidade Emergente também na Baixada Santista

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*José Manoel Ferreira Gonçalves

A recente discussão promovida pelo Grupo Temático de Energia da Engenharia pela Democracia, durante última live realizada no dia 26 de julho, colocou o holofote sobre o hidrogênio produzido a partir de fontes renováveis, comumente conhecido como hidrogênio verde, ou sua sigla H2V. A conversa, que despertou grande interesse, colocou em evidência a relevância desse recurso para a futura matriz energética brasileira e as oportunidades existentes em nosso país.

Diversas regiões brasileiras se apresentam com potencial promissor para a exploração do H2V. O Nordeste, com ênfase para o Ceará, está em posição de destaque, aproveitando seu excepcional potencial eólico e solar. Contudo, a região Sudeste, mais especificamente a Baixada Santista, também conta com condições favoráveis para se engajar nessa frente.

A estratégica posição do Porto de Santos, com sua estrutura robusta para exportação, aliada ao polo industrial em Cubatão, formam uma composição atraente para a produção e comercialização do H2V. Além disso, é importante considerar a possibilidade de o H2V servir como combustível para as usinas do polo de Cubatão, promovendo um processo industrial mais limpo e sustentável.

Um elemento extra a ser considerado nesse quadro é a Usina Hidrelétrica de Henry Borden. Atualmente operando abaixo de sua capacidade, essa usina poderia ser revitalizada, tornando-se um ponto importante na produção de energia necessária para a obtenção do H2V. A reestruturação e modernização da Henry Borden teriam um significado muito além da produção energética, representando uma oportunidade de reinvenção de sua função dentro da matriz energética brasileira.

No entanto, o país precisa ir além da produção do H2V. É imprescindível investir em pesquisa, desenvolvimento tecnológico e capacitação profissional, para assim conquistar domínio sobre a cadeia produtiva desse recurso. Somente através dessa autonomia tecnológica, poderemos garantir uma posição de destaque no cenário global.

A reflexão sobre esse tema é um convite aberto à discussão e ao debate. O futuro da energia é um assunto que afeta a todos e merece ser examinado tanto por profissionais e especialistas do setor, como pelo público em geral. Com suas características únicas e potenciais imensos, o Brasil pode assumir um papel protagonista nessa jornada energética do futuro. E a Baixada Santista, com sua rica combinação de ativos, pode ser um dos pontos centrais nessa transformação.

José Manoel Ferreira Gonçalves Engenheiro e Presidente da Ferrofrente e da Associação Guarujá Viva

Artigo publicado pela EngD, Engenharia pela Democracia.

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