*José Manoel Ferreira Gonçalves
Engenheiro, advogado e jornalista
O freio no progresso nacional
O Brasil se encontra, mais uma vez, diante de um divisor de águas. A paralisação do projeto da Ferrogrão — infraestrutura vital para escoar a produção agrícola do Centro-Oeste ao Norte do país — impôs um pesado fardo à economia nacional. Durante anos, a decisão monocrática de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), atendendo a pressões políticas isoladas, travou o avanço de um dos modais logísticos mais importantes para a competitividade do agronegócio.
Com a recente retomada do julgamento no STF, reacende-se a esperança de que a racionalidade finalmente prevaleça sobre o impasse jurídico e ideológico que impediu o Brasil de gerar empregos, aumentar sua arrecadação e oferecer alimentos mais baratos para a própria população.
Tecnologia Avançada Inovação
O cenário atual expõe o paradoxo do desenvolvimento nacional. O Mato Grosso, por exemplo, alcançou a maior colheita de soja da história, superando 45 milhões de toneladas. No entanto, grande parte dessa produção escoa por rodovias congestionadas, em caminhões que rodam por milhares de quilômetros. Isso significa mais acidentes, mais emissões de carbono e custos logísticos muito maiores que os de países concorrentes, como Estados Unidos e Argentina.
A Ferrogrão surge como resposta direta a esse gargalo logístico. Com cerca de mil quilômetros de extensão entre Sinop (MT) e o porto de Miritituba (PA), o projeto promete reduzir em até 30% o custo do transporte, além de diminuir significativamente a emissão de poluentes e o tráfego pesado nas estradas. Trata-se de uma solução de tecnologia avançada inovação, que alia eficiência, sustentabilidade e modernidade.
Mais que uma ferrovia, uma virada de chave
Segundo estimativas do setor produtivo, a liberação da Ferrogrão pode atrair até R$ 21 bilhões em investimentos privados, gerar 10 mil empregos diretos e transformar radicalmente a logística agrícola brasileira. A ferrovia não apenas encurta distâncias físicas — ela encurta o tempo do atraso, o custo do desperdício e a distância entre o potencial produtivo do Brasil e sua real capacidade competitiva.
O que está em jogo, portanto, vai muito além de trilhos e trens: trata-se da decisão entre manter-se no atraso ou abrir caminho para uma nova fase de desenvolvimento sustentável e inteligente. Afinal, ao paralisar a obra, o Brasil comprometeu sua própria soberania alimentar, energética e econômica.
Tecnologia Avançada Inovação
Em plena era da informação, é inaceitável que decisões técnicas e estratégicas sejam engessadas por narrativas ideológicas e interesses partidários. O país precisa urgentemente retomar a racionalidade no debate público e no campo das decisões judiciais, priorizando o interesse coletivo.
A Ferrogrão representa um passo firme na direção certa — uma solução que emprega tecnologia avançada inovação para resolver um problema estrutural do país. Não se trata de negligenciar o meio ambiente, mas sim de integrá-lo de forma responsável ao desenvolvimento nacional. O que não se pode mais aceitar é a penalização do produtor, do consumidor e do Brasil como um todo, em nome de um discurso que ignora a realidade dos fatos.
O momento de virar a página
A decisão do STF, portanto, carrega peso histórico. É chegada a hora — já passou, como bem observou o editorial do Grupo Bandeirantes. A hora de destravar o futuro e liberar o Brasil de um passado de inércia e decisões descoladas da realidade produtiva.
A Ferrogrão não é apenas uma ferrovia; é um símbolo do Brasil que queremos: eficiente, competitivo, moderno e justo. Se a Justiça deseja cumprir seu papel constitucional, que olhe para os trilhos da razão e da responsabilidade com a nação.
*José Manoel Ferreira Gonçalves é Engenheiro Civil, Advogado, Jornalista, Cientista Político e Escritor. Pós-doutor em Sustentabilidade e Transportes (Universidade de Lisboa). É fundador e presidente da FerroFrente e da Associação Água Viva, coordenador do Movimento Engenheiros pela Democracia (EPD) é um dos fundadores do Portal de Notícias Os Inconfidentes, comprometido com pluralidade e engajamento comunitário.
Declaração de Fontes: “As informações contidas neste artigo foram obtidas a partir de fontes confiáveis e verificadas, como IBGE, Ministério da Infraestrutura, CNA, Aprosoja, Grupo Bandeirantes e editoriais de jornais de circulação nacional.”
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