Na última quinta-feira, 23 de maio, o Auditório do MackGraphe, campus Higienópolis, foi palco da solenidade de posse da Academia Mackenzista de Letras. Os novos membros são o professor Dr. José Manoel Ferreira Gonçalves, que agora ocupa a cadeira nº 13, cujo patrono é Christiano Stockler das Neves; e o professor Dr. José Geraldo Romanello Bueno, que conquistou a cadeira nº 30, cujo patrono é João Pandiá Calógeras. Estavam presentes na cerimônia autoridades do Instituto Presbiteriano Mackenzie, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, alunos, professores e convidados.
A Academia Mackenzista de Letras, com 40 vagas vitalícias, é reconhecida pela excelência acadêmica e por seus membros proeminentes em diversas áreas do conhecimento, incluindo a engenharia, tema de destaque na trajetória do Dr. José Manoel Ferreira Gonçalves.
Pós-doutor em Sustentabilidade e Transportes pela Universidade de Lisboa, o Dr. José Manoel é engenheiro civil formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, com sólida formação em comunicação, direito e ciência política. Sua paixão pelo desenvolvimento sustentável o levou a fundar e presidir a ONG FerroFrente e a AGUAVIVA, promovendo a volta das ferrovias e questões socioambientais.
Como escritor, José Manoel dedicou parte de sua obra à análise do papel das ferrovias no sistema de transportes, além de escrever crônicas envolvendo a política do Guarujá e os mecanismos internos do Conselho de Engenharia. Com um total de 14 livros publicados, sua contribuição para o debate intelectual é notável. Além disso, sua atuação como professor, colaborador da Jovem Pan e em cargos importantes na UNIP e na Secretaria Estadual do Meio Ambiente, bem como em diversas entidades ligadas à engenharia, arquitetura e agronomia, demonstra seu compromisso com a educação e a preservação do meio ambiente, reforçando sua influência e relevância no cenário acadêmico e ambiental.
Trecho do Discurso de Posse de José Manoel Ferreira Gonçalves na Academia de Letras Mackenzie
Senhoras e senhores acadêmicos, prezados convidados,
É mesmo inenarrável minha honra e gratidão ao assumir a cadeira 13 desta prestigiada Academia de Letras Mackenzie. Este momento representa para mim não apenas um marco em minha trajetória de vida, mas também a oportunidade de me integrar, aprender e colaborar com este seleto grupo de intelectuais que, ao longo dos anos, têm contribuído de maneira inestimável para a cultura, a literatura e o desenvolvimento de nosso país.
Permitam-me, primeiramente, expressar meu profundo respeito e admiração por todos os membros desta Academia. Cada um de vocês, com suas obras e ações, tem desempenhado um papel fundamental na promoção do saber e na preservação de nossa rica herança cultural. É um privilégio poder contar-me entre vocês, compartilhar ideias e aprender com tamanha diversidade de pensamentos e estilos.
A Academia de Letras Mackenzie, desde sua fundação, tem se destacado como um farol de sabedoria e cultura. Sua missão de estimular a produção literária, preservar a memória literária e fomentar o intercâmbio cultural tem sido cumprida com excelência. As sessões solenes, publicações, eventos culturais e concursos literários promovidos por esta instituição são testemunho vivo de seu compromisso com a arte literária e com a sociedade.
Se me permitem, gostaria agora de dizer algumas poucas palavras sobre a escrita e sobre a produção que me fez com que fosse generosamente lembrado por vocês, a produção que me trouxe até aqui. Inicio citando um poema que invariavelmente me faz lembrar dos felizes dias em que frequentei como graduando as salas e corredores desta casa.
Andar e pensar um pouco,
que só sei pensar andando.
Três passos, e minhas pernas
já estão pensando.
Aonde vão dar estes passos?
Acima, abaixo?
Além? Ou acaso
se desfazem ao mínimo vento
sem deixar nenhum traço?
Paulo Leminski, Le Vie en Close, p. 39 (Brasiliense)
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