*Por José Manoel Ferreira Gonçalves
Pré-candidato a prefeito do Guarujá pelo PSol
Mais Polícia, Menos Educação?
Ante o investimento zero da prefeitura do Guarujá em Educação ou em programa de distribuição de renta, a recente notícia da concessão de escritura para a construção de uma nova Companhia de Força Tática em Guarujá, enquanto as obras da nova sede do 21º Batalhão da Polícia Militar seguem, mesmo que em ritmo lento, levanta questões importantes sobre as prioridades da gestão municipal. Investir em segurança pública é fundamental, mas é preciso questionar se o foco exclusivo na repressão policial é a melhor estratégia para garantir a segurança da população. Afinal, a verdadeira segurança pública só é alcançada por meio da educação e da distribuição de renda.
A Ilusão da Segurança pela Força
A lógica de que mais polícia significa mais segurança é simplista e ignora as raízes da violência. A desigualdade social, a falta de oportunidades e a precariedade da educação são fatores que contribuem diretamente para o aumento da criminalidade. Enquanto não forem enfrentados esses problemas estruturais, a violência continuará a se reproduzir exponencialmente, independentemente do número de policiais nas ruas.
A presença ostensiva da polícia pode até gerar uma sensação momentânea de segurança, mas não resolve o problema em sua essência. A repressão policial tende a criminalizar a pobreza e reforçar a exclusão social, criando assim um ciclo vicioso de multiplicação da violência.
Educação: A Base da Segurança Sustentável
A educação é a ferramenta mais poderosa para a construção de uma sociedade mais justa e segura. É por meio da educação que as pessoas desenvolvem habilidades, ampliam seus horizontes e têm acesso a melhores oportunidades. Uma população educada é menos suscetível à criminalidade e mais capaz de contribuir para o desenvolvimento da comunidade.
Investir em educação significa investir na prevenção da violência. Escolas de qualidade, com infraestrutura adequada e professores valorizados, são essenciais para garantir que as crianças e jovens tenham acesso a um futuro melhor. Além disso, é fundamental promover a cultura de paz e o diálogo nas escolas, ensinando aos alunos a resolver conflitos de forma pacífica.
Distribuição de Renda: Combate à Desigualdade
A desigualdade social é um dos principais fatores que alimentam a violência. Enquanto uma pequena parcela da população concentra a maior parte da riqueza, milhões de pessoas vivem em condições de pobreza e exclusão. Essa situação gera ressentimento, frustração e desesperança, criando um terreno fértil para que o cidadão nestas condições, em que parece nada mais ter a perder, ingresse na criminalidade.
A distribuição de renda é fundamental para combater a desigualdade e promover a justiça social. Políticas públicas que visem a reduzir a pobreza, como programas de transferência de renda, investimentos em habitação popular e geração de empregos, são essenciais para garantir que todos tenham acesso a uma vida digna.
O Custo da Violência
A violência tem um custo social e econômico enorme. Além do sofrimento humano causado pelos crimes, a violência gera insegurança, afasta investimentos e prejudica o desenvolvimento do país. Investir em segurança pública é importante, mas é preciso ir além da repressão policial e atacar as raízes da violência.
Um Novo Caminho para Guarujá
Guarujá precisa de uma nova abordagem para a segurança pública, que priorize a educação, a distribuição de renda e a inclusão social. É preciso investir em escolas de qualidade, programas sociais e políticas de geração de emprego e renda. Somente assim será possível construir uma cidade mais justa, segura e com oportunidades para todos.
*José Manoel Ferreira Gonçalves é jornalista, cientista político, engenheiro, escritor e advogado. É pré-candidato a prefeito de Guarujá pelo PSOL. É presidente da Associação Guarujá Viva, AGUAVIVA, e da Frente Nacional pela Volta das Ferrovias, Ferrofrente. Idealizador do Portal SOS PLANETA
Fontes de dados: Notícia: “Guarujá, SP, concede escritura para novas instalações da Companhia de Força-Tática e reforço policial” – G1
