*Por José Manoel Ferreira Gonçalves
A morte de Edneia Fernandes, de 31 anos, em Santos, durante uma ação da Polícia Militar (PM) no dia 27 de março, escancara a dura realidade da violência armada que assola a região da Baixada Santista. Mãe de seis filhos, Edneia se tornou a 55ª vítima fatal da Operação Verão, que em apenas três meses de intervenções, acumula esse saldo alarmante de mortes.
Uma Tragédia Anunciada
Edneia foi atingida na cabeça por um disparo enquanto estava em uma praça da cidade. Apesar de ter sido socorrida por transeuntes e encaminhada a um hospital local, ela não resistiu aos ferimentos e faleceu um dia após a internação. A versão oficial da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP SP) alega que policiais militares em patrulhamento avistaram dois homens em uma motocicleta que teriam desobedecido a ordem de parada e disparado contra os policiais, dando início a uma troca de tiros.
Controvérsias e Testemunhos
No entanto, testemunhas contestam a versão oficial, afirmando que apenas um disparo foi ouvido quando três motos da Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas) passaram pelo local. Essa discrepância levanta sérias dúvidas sobre a conduta da PM e a ve racidade da narrativa apresentada pelas autoridades.
Uma Vida Intensa Interrompida
Edneia era uma mulher ativa nas redes sociais, onde compartilhava momentos com sua família e mensagens de fé. Além de mãe dedicada, ela trabalhava como cabeleireira e designer de sobrancelhas, cativando clientes que se tornaram amigos ao longo do tempo. Sua morte prematura deixou um vazio imenso na vida de seus entes queridos e da comunidade que a cercava.
Indignação e Luto
A comoção nas redes sociais é evidente. Uma comadre de Edneia expressou sua dor e incredulidade em uma mensagem tocante no Facebook: “Comadre, prometo nunca te esquecer. Te amamos. Estou sem acreditar (…) Por que logo com você, isso?”.
A Busca por Justiça
A morte de Edneia Fernandes não pode ser mais um caso de violência policial que cai no esquecimento. É fundamental que haja uma investigação rigorosa e imparcial para apurar os fatos e responsabilizar os envolvidos. A sociedade exige respostas e clama por justiça.
A Violência que Assola a Baixada Santista
A Operação Verão, que deveria garantir a segurança da população durante a temporada de férias, se transformou em um pesadelo para os moradores da Baixada Santista. O número alarmante de mortes em ações policiais levanta sérias questões sobre a política de segurança pública do governo Tarcísio de Freitas.
A Necessidade de Mudança
É urgente repensar o modelo de policiamento ostensivo e investir em ações de inteligência e prevenção ao crime. A população não pode continuar vivendo sob o medo constante da violência, seja ela perpetrada por criminosos ou por aqueles que deveriam protegê-la.
É preciso pensar no direito à vida da Edneia que foi, aparentemente sem qualquer motivo, tolhido. Mas é preciso também pensar nos seus seis pequenos, que perderam o direito de serem cuidados pela insubstituível genitora, mas que o estado tem de assumir pelo agora menos o custo pecuniári o de sua
subsistência . Agora é torcer para que essa tragédia não acabe ensejando que estas crianças se direcionem ao crime no futuro o bom trabalho policial evita crimes e reprime criminosos, a violência policial só gera crimes e multiplica criminosos.
*José Manoel Ferreira Gonçalves é jornalista, cientista político, engenheiro, escritor e advogado. Pré-candidato a Prefeito do Guarujá pelo PSOL. É presidente da Associação Guarujá Viva, AGUAVIVA, e da Frente Nacional pela Volta das Ferrovias, Ferrofrente. Idealizador do Portal SOS PLANETA.
Saiu na mídia
https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2024/03/30/edneia-silva-santos.htm
https://www.nexojornal.com.br/extra/2024/03/30/mae-de-6-pm-santos
