*José Manoel Ferreira Gonçalves
Engenheiro, advogado e jornalista
A Contaminação que Abala Confiança e Economia
A crise sanitária que assola as praias do Guarujá não é apenas uma questão ambiental. É um golpe direto na economia local e na confiança da população. Desde que surgiram os primeiros relatos de contaminação, com impactos graves à saúde pública, muito se tem dito para minimizar o problema. No entanto, palavras não limpam praias nem restauram a confiança. A população, atenta às telas de seus celulares e televisores, percebe uma realidade de explicações e relativizações, quando deveria enxergar ações concretas: obras e obras e obras. Só isso poderá acalmar os corações e realmente resolver o problema.
O turismo é o coração da economia do Guarujá, sustentado principalmente por hotéis, restaurantes e trabalhadores ambulantes. Esses setores, que garantem o sustento de centenas de milhares de pessoas, merecem nosso máximo respeito, empenho e apoio. Enquanto restaurantes e hotéis enfrentam prejuízos insuportáveis por algo que está além de seu controle, os ambulantes desempenham um papel fundamental, oferecendo conforto aos turistas e fortalecendo o fluxo econômico direto e indireto. Essa é uma engrenagem que não pode parar.
Hotéis, Restaurantes e Ambulantes: Os Pilares da Renda Local
Os hotéis e restaurantes do Guarujá não são apenas negócios; são o alicerce de uma cadeia econômica que depende da confiança dos turistas. Eles representam o esforço de milhares de trabalhadores, direta e indiretamente ligados ao setor. Cada visitante que deixa de vir à cidade significa uma perda para os empreendedores, os funcionários e toda a comunidade. Por isso, é essencial que as autoridades priorizem ações concretas para resolver a crise e preservar esses pilares econômicos.
Da mesma forma, os ambulantes, que muitas vezes são a face mais visível do turismo de praia, desempenham um papel indispensável. Com sua presença constante, eles oferecem serviços e produtos que tornam a experiência dos visitantes mais confortável. Sua importância vai além da produção direta de riqueza; eles simbolizam a hospitalidade e o espírito do Guarujá. Apoiar esse setor é garantir que a cidade mantenha sua atratividade e sua vitalidade econômica.
Obras, Não Palavras: A Solução Necessária
Enquanto se discute a gravidade da situação, as pessoas esperam ações reais. Elas não querem ouvir justificativas ou promessas vazias; querem ver obras. Obras que eliminem os vazamentos de esgoto que poluem as praias. Obras que garantam o tratamento adequado dos resíduos, impedindo que problemas semelhantes ocorram no futuro. Obras que devolvam às praias sua condição de destino seguro e agradável.
É hora de transformar as palavras em trabalho e os discursos em canteiros de obras. Somente com ações visíveis e concretas será possível recuperar a credibilidade e o respeito da população. É preciso investir em infraestrutura, saneamento e fiscalização para que o Guarujá volte a ser um destino desejado e confiável. Sem isso, a recuperação econômica e a proteção da saúde pública permanecerão fora de alcance.
Credibilidade se Conquista com Ação
A população do Guarujá não é ingênua. As pessoas acompanham as notícias em seus celulares, computadores e televisores, e sabem distinguir gestos populistas de ações efetivas. Relativizar o problema só aumenta a desconfiança e afasta o turista. Se as praias estão sujas, o povo quer ver máquinas trabalhando, tubulações sendo instaladas e soluções sendo implementadas. A credibilidade será restaurada não com palavras, mas com ações que fiquem fincadas no solo do Guarujá.
Chegou a hora de unir forças e enfrentar a crise com determinação. A preservação das praias não é apenas uma questão de meio ambiente; é uma questão de respeito à vida, ao trabalho e ao futuro do Guarujá. Com obras, muitas obras, o Guarujá pode virar a página dessa crise e recuperar o brilho que sempre foi sua marca registrada.
*José Manoel é pós-doutor em Engenharia, jornalista, escritor e advogado, com uma destacada trajetória na defesa de áreas cruciais como transporte, sustentabilidade, habitação, educação, saúde, assistência social, meio ambiente e segurança pública. Ele é o fundador da FerroFrente, uma iniciativa que visa promover o transporte ferroviário de passageiros no Brasil, e da Associação Água Viva, que fortalece a participação da sociedade civil nas decisões do município de Guarujá.
Declaração de Fontes: As informações contidas neste artigo foram obtidas a partir de análises e observações do cenário local e notícias amplamente divulgadas na mídia nacional.
