CORINTHIANS, VERDADE E RENOVAÇÃO

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*José Manoel Ferreira Gonçalves
Engenheiro, advogado e jornalista

Corrupção, crise política e futuro

O Corinthians vive uma das fases mais decisivas de sua história, mas não por erros de gestão — e sim por ter ousado romper com um sistema enraizado. Desde que Augusto Melo assumiu a presidência, trouxe consigo a promessa de renovação e uma nova mentalidade. E cumpriu: em poucos meses, fechou o maior contrato de patrocínio da história do futebol brasileiro e celebrou uma conquista em campo, com a taça da Copa do Brasil Sub-20. Ainda assim, é alvo de uma campanha política velada que tenta desmoralizá-lo para retomar o poder pelas sombras.

A acusação de corrupção no contrato com a VaideBet é, até aqui, um emaranhado de suposições sem provas sólidas. O próprio relatório técnico-econômico do professor Manuel Enríquez Garcia, da USP, desmonta a narrativa da Polícia Civil com base em princípios elementares da racionalidade econômica. E mais: denuncia falhas graves de competência jurídica. A Polícia Federal, e não a Civil, deveria conduzir a apuração, já que o contrato é internacional e dolarizado. Isso, por si só, já compromete a lisura do processo.

A verdade é que Augusto Melo bateu de frente com os grupos que há anos dominam os bastidores do Parque São Jorge. Seu “crime”, na prática, foi se desvincular dessas estruturas de poder que, historicamente, controlam o Corinthians como um feudo. Ao rejeitar práticas obscuras e buscar autonomia administrativa, tornou-se um alvo. A investigação, então, surge como uma ferramenta conveniente de desgaste, conduzida sem isenção e alardeada por quem anseia pela volta ao passado.

Como corintiano e cidadão, acredito em Augusto Melo. Confio na sua integridade e na capacidade de esclarecer, ponto por ponto, todas as acusações — que, aliás, já encontram contradições óbvias. Se o objetivo fosse desvio de verbas, por que a gestão atrasaria o pagamento da comissão? Se os supostos intermediários foram realmente lesados, por que permaneceram em silêncio por quase dois anos? O enredo não fecha — e a tentativa de associar Melo a uma organização criminosa carece de lógica, provas e coerência.

*José Manoel é pós-doutor em Engenharia, jornalista, escritor e advogado, com uma destacada trajetória na defesa de áreas cruciais como transporte, sustentabilidade, habitação, educação, saúde, assistência social, meio ambiente e segurança pública. Ele é o fundador e presidente da FerroFrente e da Associação Água Viva. Em 2018, fundou e passou a coordenar o Movimento Engenheiros pela Democracia (EPD), criado a partir da convicção de que a engenharia, como base material do desenvolvimento nacional, deve estar a serviço da democracia, da ética e da justiça social.

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