Corinthians Precisa de Verdade

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José Manoel Ferreira Gonçalves
Engenheiro, advogado e jornalista

A hora da virada é agora

A crise que assombra o Parque São Jorge não é mais apenas técnica ou momentânea. Ela é estrutural, institucional e, acima de tudo, fruto de escolhas ruins que se acumulam há anos. Afastado o presidente Augusto Melo por decisão definitiva do Conselho Deliberativo, a oportunidade que se abre com o mandato-tampão exige mais que um nome: exige um norte.

Ontem estive com um grupo de corinthianos no apartamento de Roque Citadini para uma conversa franca sobre as eleições emergenciais do clube. Ali, entre reflexões e perguntas diretas, uma certeza se firmou: o Corinthians não pode continuar sendo dirigido por interesses pessoais e acordos de bastidores que não servem ao bem maior do clube.

Apoio a um homem de contas

Em meio à conversa, Citadini se posicionou com firmeza: não aceita Romeu Tuma no comando e tampouco se alinha à velha chapa “Renovação e Transparência”, do ex-presidente Andrés Sanchez — ambos símbolos de ciclos políticos esgotados. Isso está em sintonia com o posicionamento do grupo “Paixão Corinthiana” (chapa 55), ao qual me sinto próximo por acreditar que representa a renovação verdadeira e não uma maquiagem eleitoral.

Saí da conversa com uma convicção clara. Estou propenso a dar meu apoio a este candidato, por ele ser um homem de contas e, portanto, com condição de clarear a situação financeira do time, eventuais desvios, usos indevidos de cartão corporativo, entre outros pontos que precisam ser enfrentados com coragem e técnica.

Citadini demonstrou tranquilidade, mas também senso de urgência. Falou como alguém que conhece o clube, mas que não se acomodou ao passado. Recordei inclusive do bom relacionamento que ele mantinha com a redação da Jovem Pan, especialmente com o jornalista Fernando Luiz de Mello. Relembrar isso me faz crer que ele carrega valores que vão além da política: seriedade, respeito e reputação.

Gestão financeira Corinthians: a prioridade

O Corinthians precisa, com urgência, de uma reestruturação administrativa profunda. Transparência não pode mais ser apenas uma palavra bonita em discurso de campanha. Os indícios de má gestão, os contratos suspeitos, o uso indevido de recursos e o colapso nas contas são sintomas de uma doença crônica.

A escolha de alguém com experiência, serenidade e capacidade técnica para liderar essa virada pode representar o fim da instabilidade que vem corroendo o clube por dentro. O momento não admite promessas messiânicas nem figuras folclóricas. Já passou a hora de apostar em “milagreiros” que dizem que vão “trazer dinheiro” sem explicar de onde, como ou quando.

Por isso, acredito que o caminho é esse: enfrentar os fatos com seriedade e trazer para o centro do debate o que realmente importa — gestão financeira Corinthians.

Mais que um voto, um compromisso

Reafirmo: não faço parte do processo eleitoral. Não voto, não sou conselheiro, tampouco envolvido em campanhas. Mas sou sócio, atento e interessado no futuro do clube. Estou conversando com lideranças, acompanhando reuniões, escutando quem tem o que dizer.

O que vivemos hoje é reflexo direto de anos de falta de profissionalismo. O rebaixamento técnico se torna mais próximo quando a degradação institucional se torna permanente. Na Copa do Brasil, seguimos vivos. No Brasileirão, a ameaça é real. Mas, acima de tudo, o que mais assusta é o desgoverno.

O Corinthians precisa de verdade. Precisa de pulso, de rumo e de gente séria. E isso só virá com um nome que represente compromisso real com os valores do clube, não com promessas vazias. Para isso, nada mais urgente do que colocar no centro da campanha a gestão financeira Corinthians.

*José Manoel é pós-doutor em Engenharia, jornalista, escritor e advogado, com uma destacada trajetória na defesa de áreas cruciais como transporte, sustentabilidade, habitação, educação, saúde, assistência social, meio ambiente e segurança pública. Ele é o fundador e presidente da FerroFrente e da Associação Água Viva. Em 2018, fundou e passou a coordenar o Movimento Engenheiros pela Democracia (EPD), criado a partir da convicção de que a engenharia, como base material do desenvolvimento nacional, deve estar a serviço da democracia, da ética e da justiça social.

Declaração de Fontes:
“As informações contidas neste artigo foram obtidas a partir de fontes confiáveis e verificadas, incluindo entrevistas presenciais com Roque Citadini e membros do grupo ‘Paixão Corinthiana’, além de análise de bastidores e notícias dos veículos ge e UOL Esporte.”

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