CORINTHIANS GIGANTE: SEM SAF e SEM LIMITES

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Por José Manoel Ferreira Gonçalves
Engenheiro, advogado e jornalista
Sócio do Corinthians desde 1982
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Torcida que nunca abaixa a cabeça

Logo no início, o roteiro daquela noite parecia cruel, porque o Cruzeiro abriu vantagem e impôs pressão total sobre o Corinthians. Mesmo assim, a Fiel não recuou em nenhum minuto, pois continuou cantando como se o time estivesse vencendo. A cada dividida, a arquibancada empurrava; o campo virou uma extensão da alma corinthiana. O time sentiu esse chamado e, por isso, buscou diminuir a diferença com raça, suor e coragem.

Além disso, o peso da semifinal da Copa do Brasil aumentava a tensão, já que o placar agregado trazia lembranças do triunfo em Minas e da derrota em São Paulo. No papel, tudo ficava igual; no coração, a Fiel sabia que nada estava perdido. Quando a decisão foi para os pênaltis, o filme pareceu desandar, porque Yuri Alberto desperdiçou a primeira cobrança. No entanto, o Corinthians escolheu o caminho da superação, virou a disputa e mostrou mais uma vez que, quando torcida e time caminham juntos, nenhum roteiro está escrito até o apito final.

Corinthians gigante sem SAF

Quase 50 mil corinthianos estiveram presentes no estádio, e, com isso, a renda passou facilmente da casa dos milhões de reais. Esse número não representa só bilheteria, pois representa confiança, fidelidade e amor incondicional. A cada ingresso comprado, o torcedor afirma que acredita no clube e que permanece ao lado dele em qualquer cenário. Por isso, a Fiel não vai ao estádio apenas para assistir; ela participa, influencia e decide.

Nesse contexto, Corinthians gigante sem SAF deixa de ser um slogan e vira um projeto de clube. A torcida mostra, jogo após jogo, que o Corinthians tem força de marca, de público e de mídia para escrever seu próprio caminho. Assim, quando o locutor afirma que o clube “não precisa de SAF nenhuma”, ele ecoa um sentimento que surge das arquibancadas: o Corinthians é maior do que qualquer modelo de gestão importado, desde que a administração respeite a grandeza do escudo.

Marca do povo, potência nacional

Hoje, o Corinthians figura entre as maiores torcidas do país, e, por isso, atrai patrocinadores, mídia e negócios em larga escala. Cada camisa vendida, cada plano de sócio-torcedor e cada audiência na TV comprovam que o clube possui um ativo que nenhuma SAF compra: a identidade popular. A marca Corinthians fala com o trabalhador, com a periferia, com a história de superação do povo brasileiro, e isso diferencia o clube em qualquer mesa de negociação.

Além disso, estudos de marketing esportivo mostram que clubes com torcida engajada valem mais, porque movimentam consumo, engajamento digital e relevância constante. Assim, quando o Corinthians se organiza internamente, ele se torna capaz de negociar melhor, de atrair investimentos e de planejar o futuro sem entregar sua alma a um investidor. A Fiel já garante um patrimônio gigantesco; falta apenas gestão à altura.

Corinthians gigante sem SAF no futuro

Quando se fala em SAF, muitos imaginam que ela funciona como um atalho para resolver dívidas, porém a realidade mostra que nenhum modelo faz milagre sem gestão séria. O Corinthians não precisa de salvador da pátria; ele precisa de dirigentes transparentes, responsáveis e honestos. Com governança forte, auditoria independente e critérios técnicos, o clube pode reequilibrar suas contas e retomar o protagonismo esportivo sem renunciar ao controle de sua história.

Desse modo, Corinthians gigante sem SAF simboliza um compromisso com o torcedor: o clube pertence à Fiel e continuará pertencendo a ela. A lei de SAF oferece uma opção, mas o Corinthians oferece algo maior, porque oferece sua própria tradição de resistência. Com planejamento financeiro, redução de desperdícios, profissionalização administrativa e respeito ao dinheiro da torcida, o clube pode transformar renda de estádio, direitos de transmissão e marketing em alavancas de recuperação.

Chamado à responsabilidade corinthiana

No final, a noite de pênaltis contra o Cruzeiro representou mais do que uma classificação, já que revelou, novamente, quem é o Corinthians em sua essência. O time não desistiu, a torcida não silenciou e o clube cresceu no momento mais difícil. Agora, a mesma energia que vira jogo precisa virar página na gestão. A Fiel faz sua parte em cada grito e em cada ingresso; portanto, a direção precisa responder com seriedade, respeito e compromisso.

Se o Corinthians alinhar a paixão das arquibancadas com uma administração moderna e honesta, nenhuma crise financeira permanecerá de pé. A vitória nos pênaltis prova que, quando todos remam para o mesmo lado, o impossível desaba. O futuro do clube não está em mãos de um investidor, mas nas mãos do seu povo. E esse povo já decidiu: o Corinthians segue gigante, popular e dono do próprio destino.

*José Manoel Ferreira Gonçalves é Engenheiro Civil, Advogado, Jornalista, Cientista Político e Escritor. Pós-doutor em Sustentabilidade e Transportes (Universidade de Lisboa). É fundador e presidente da FerroFrente e da Associação Água Viva, coordenador do Movimento Engenheiros pela Democracia (EPD) é um dos fundadores do Portal de Notícias Os Inconfidentes, comprometido com pluralidade e engajamento comunitário.

Declaração de Fontes:
As informações contidas neste artigo apoiam-se em dados públicos de competições nacionais, em balanços divulgados pelo Sport Club Corinthians Paulista, em estudos de marketing esportivo de institutos brasileiros especializados em futebol e na legislação brasileira sobre Sociedade Anônima do Futebol.

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