Confea responde sobre pesquisa salarial, mas falta de dados preocupa ainda mais engenheiros

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Após dois pedidos formais de informação, o Confea enviou respostas sobre a pesquisa realizada pela Quest Inteligência, que apurou a média salarial dos engenheiros no Brasil. Apesar da expectativa de que os novos esclarecimentos pudessem trazer maior transparência e aprofundamento, o material recebido acabou gerando ainda mais preocupações.

A principal falha identificada é a ausência de informações essenciais, como especialidade de formação, área de exercício profissional, bem como dados geográficos e sociodemográficos dos engenheiros pesquisados. Sem esses recortes, torna-se inviável compreender de forma precisa a realidade da categoria.

Trecho do próprio relatório da Quest aponta o problema:

“A ausência na listagem de dados relativos à especialidade de formação e/ou exercício dos associados, bem como outros dados de natureza geográfica ou sociodemográfica, impede a realização de outros tipos de ponderação”.

Na prática, isso significa que a pesquisa — que tinha como objetivo central indicar tendências salariais e oferecer subsídios para políticas mais eficazes — perdeu grande parte de seu potencial estratégico.

Consequências apontadas:

  • Limitação da análise estatística: impossibilidade de identificar padrões e correlações relevantes.
  • Impedimento de segmentação: não há como diferenciar especialidades, áreas de atuação ou regiões.
  • Dificuldade na identificação de tendências: fica comprometido o monitoramento de crescimento ou declínio em determinadas áreas da engenharia.
  • Prejuízo na tomada de decisão: gestores e entidades podem adotar estratégias menos eficazes por falta de visão detalhada.
  • Redução da relevância de ponderações: análises perdem profundidade sem considerar variáveis como experiência, localização ou formação.
  • Desperdício de potencial estratégico: sem dados completos, inviabiliza-se o desenvolvimento de políticas de valorização profissional mais direcionadas.

Para os engenheiros, a ausência dessas informações impede justamente o que se esperava da pesquisa: identificar tendências, desigualdades e necessidades específicas de cada especialidade. O resultado, portanto, evidencia uma falta de informações-chave que pode comprometer tanto a representatividade dos dados quanto a eficácia das ações futuras voltadas à categoria.

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