Por José Manoel Ferreira Gonçalves
Publicado pelo Jornal GGN
O assassinato de Marielle Franco, ocorrido em 14 de março de 2018, segue envolto em mistério e especulações. A atuação do general Walter Braga Netto, então interventor federal na segurança pública do Rio de Janeiro, destaca-se nesse contexto nebuloso. As declarações de Raul Jungman, ministro da Segurança Pública à época, sugerem que as investigações estavam próximas de um desfecho, mas a verdade parece ter sido abruptamente silenciada. Afinal, por que Braga Netto, após indicar avanços significativos nas investigações, optou pelo silêncio?
A Conexão com o Poder Político
A narrativa ganha contornos de uma operação política ao considerarmos o suposto acordo de silêncio entre Braga Netto e o então presidente Michel Temer. Uma hipótese levantada por Luís Nassif sugere que o assassinato de Marielle Franco poderia estar vinculado a manobras políticas de maior escala, envolvendo figuras proeminentes do cenário nacional, eventualmente envolvendo figuras presidenciais. A operação de Garantia de Lei e Ordem (GLO) no Rio, segundo essa perspectiva, poderia ser parte de um jogo político mais amplo, mirando o cenário eleitoral e a configuração de forças no poder.
Silêncio como Estratégia
A decisão de impor uma “lei de silêncio” sobre o caso Marielle, conforme relatado, sugere um esforço deliberado para controlar a narrativa e, possivelmente, proteger interesses políticos. As declarações de Jungman, que indicavam o afunilamento das investigações, aparentemente incomodavam os escalões superiores da intervenção, levando a uma estratégia de contenção de informações.
Implicações e Suspeitas
Este silêncio não apenas estagnou o progresso na resolução do caso, mas também alimentou suspeitas de que a verdade sobre o assassinato de Marielle Franco poderia comprometer figuras importantes do cenário político brasileiro. A eventual ligação de Braga Netto com os Bolsonaro, mencionada por Nassif, aponta para uma trama complexa, onde os interesses políticos podem ter se sobreposto à justiça e à transparência.
O Véu do Mistério e a Busca por Respostas
A falta de respostas realmente conclusivas e a persistência do silêncio geram um clima de desconfiança de impunidade. A sociedade clama por justiça e exige que os responsáveis últimos pelo assassinato de Marielle Franco sejam identificados e punidos. A verdade, por mais incômoda que possa ser, precisa ser revelada para que a democracia e o Estado de Direito prevaleçam.
Entre Fatos e Conjecturas
A atuação de Braga Netto, marcada por um início promissor nas investigações e um subsequente silêncio, permanece como um dos muitos enigmas no caso Marielle Franco. O desafio de desvendar esse mistério exige um comprometimento contínuo e corajoso com a verdade e a justiça, superando os obstáculos políticos e as manobras de ocultação que marcam esse caso sombrio.
*José Manoel Ferreira Gonçalves é jornalista, cientista político, engenheiro, escritor e advogado. Pré-candidato a Prefeito do Guarujá pelo PSOL. É presidente da Associação Guarujá Viva, AGUAVIVA, e da Frente Nacional pela Volta das Ferrovias, Ferrofrente. Idealizador do Portal SOS PLANETA.
Fontes: Artigos e reportagens de diversos veículos de imprensa sobre o caso Marielle Franco. Declarações públicas de Raul Jungman e Luís Nassif.
Artigo publicado originalmente pelo Jornal GGN
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