Tomada de indignação como a maior parte do povo brasileiro ao ouvir as inverdades proferidas pelo presidente Jair Bolsonaro hoje, 21.09, em seu discurso na ONU, a Ferrofrente – Frente Nacional pela Volta das Ferrovias vem a público afirmar que:
O chamado “ressurgimento do modal ferroviário” no Brasil apregoado pelo presidente diante da comunidade internacional é mais uma enganosa argumentação que não se sustenta diante do verdadeiro cenário das ferrovias no país.
Ao contrário do que afirmou Bolsonaro, o momento é de retrocesso em quaisquer avanços que possamos vislumbrar para o efetivo uso das ferrovias para o transporte intensivo de cargas e passageiros, como acontece entre as nações mais avançadas do mundo.
Defendido pelo atual governo, o modelo de autorização em vez da concessão por concorrência pública simplesmente fará com que o Brasil tenho o uso de suas ferrovias limitado ao transporte de grãos e minérios por mais décadas a fio. Continuaremos dependentes do caro e pouco eficiente transporte rodoviário, bem como dos humores dos caminhoneiros, para a maior parte dos produtos e mercadorias em circulação. Isso sem falar que essa prática sepulta de vez a possibilidade de voltarmos a contar com o modal ferroviário para o transporte de passageiros. Todo uma geração de brasileiros estará privada da chance de poder viajar de trem pelo país, com segurança e economia,
O investimento citado por Bolsonaro – R$ 15 bilhões – é irrisório diante das demandas de modernização e ampliação das linhas férreas no país. Tal montante poderia ser multiplicado exponencialmente no caso de serem realizados leilões abertos aos players nacionais e internacionais que atuam no setor.
De forma irresponsável e inconsequente, Bolsonaro usou as ferrovias como mais um argumento falacioso com o qual tenta disfarçar o desastre de seu governo.
Engenheiro José Manoel Ferreira Gonçalves
Presidente da Ferrofrente