*José Manoel Ferreira Gonçalves
[Engenheiro, advogado e jornalista]
Muito mais foi feito do que se contou
O que se vê hoje é uma tentativa diária de deslegitimar quem trabalhou duro para mudar o Corinthians por dentro. A gestão de Augusto Melo não foi perfeita — e nem se propõe a ser —, mas é injusto e até desonesto ignorar os avanços conquistados, mesmo diante de erros de começo de gestão e de resistência de setores do próprio clube.
Faltou comunicação. O que foi feito ficou represado, escondido atrás de manchetes maldosas e opiniões viciadas. Mas há muito o que mostrar: cortes de gastos, modernização de processos, mudança de cultura na administração e, sobretudo, profissionalização da gestão.
Quando a diretoria deixou de se pautar apenas por acordos políticos e passou a priorizar competência técnica, a realidade mudou. O clube se reorganizou financeiramente, recuperou credibilidade e voltou a levantar taça — como o Campeonato Paulista, vencido com uma base rejuvenescida e uma equipe que sabia o que estava fazendo.
Amor ao Corinthians versus politicagem sem freio
Enquanto a oposição se dedica a criar factoides, derrubar reputações e alimentar o caos, a gestão de Augusto entregou resultados concretos. O Corinthians precisa de direção, não de sabotagem interna. Quem ama o clube não joga contra, mesmo na divergência.
Os moderninhos do Twitter e os articuladores de bastidor tentam pintar a diretoria como retrógrada, amadora, até corrupta. Mas omitem, por conveniência, que foi sob essa administração que se implementou um modelo de contratação por desempenho, como no caso do atacante Depay. O custo existe? Claro. Mas só será pago se houver conquistas. É meritocracia, algo raro na história recente do clube.
Por trás das críticas, há um projeto de poder. E poder sem projeto, no Corinthians, já provou ser um desastre. O clube precisa de paixão, mas precisa também de gestão. E isso, com tropeços e acertos, vem sendo feito.
A falsa promessa da SAF como salvação
Em meio à avalanche de críticas, aparece sempre a mesma ladainha: “vamos virar SAF”. A proposta embalada como solução milagrosa nada mais é do que uma venda do clube. SAF é Sociedade Anônima do Futebol. É entregar o Corinthians para um investidor que, como qualquer empresário, vai visar lucro. E lucro, no futebol, vem antes da identidade, da tradição e da história.
O Corinthians não precisa de um dono. Precisa de uma direção que pense como clube, mas aja como empresa. É isso que começou a ser feito. O que falta é continuidade — e respaldo da torcida que não se deixa enganar por discurso de ocasião.
O que está em jogo é o futuro do Corinthians
O momento é de definição. Não se trata apenas de quem ocupa uma cadeira, mas de qual modelo se defende. Ou o Corinthians será um clube com alma, gerido por quem o ama e o conhece, ou será mais uma empresa sem rosto, onde a paixão da torcida é só um número no relatório trimestral.
A gestão de Augusto mostrou que é possível modernizar sem entregar. Que é possível corrigir rumos sem rasgar compromissos. E que é possível, sim, colocar o Corinthians no caminho certo com responsabilidade e coragem. Amor ao Corinthians não é discurso. É atitude. E ela já começou a fazer diferença.
**José Manoel é pós-doutor em Engenharia, jornalista, escritor e advogado, com uma destacada trajetória na defesa de áreas cruciais como transporte, sustentabilidade, habitação, educação, saúde, assistência social, meio ambiente e segurança pública. Ele é o fundador e presidente da FerroFrente e da Associação Água Viva. Em 2018, fundou e passou a coordenar o Movimento Engenheiros pela Democracia (EPD), criado a partir da convicção de que a engenharia, como base material do desenvolvimento nacional, deve estar a serviço da democracia, da ética e da justiça social.
Declaração de Fontes:
“As informações contidas neste artigo foram obtidas a partir de declarações públicas da gestão Augusto Melo, entrevistas jornalísticas, cobertura da imprensa esportiva e acompanhamento direto dos fatos ocorridos no Sport Club Corinthians Paulista entre 2023 e 2025.”
