A Tragédia da Morte de uma Criança e a Urgente Necessidade de Reformas na Segurança Pública

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A morte de uma criança de quatro anos durante uma ação policial em Santos é um evento profundamente trágico que exige uma reflexão crítica sobre as práticas de segurança pública no Brasil. A segurança pública deve ser norteada pela proteção da vida e pelo respeito aos direitos humanos.

É notório que episódios de violência policial, resultando na morte de inocentes, não são casos isolados. Em julho de 2023, uma operação policial no Guarujá culminou na morte de pelo menos dez pessoas, gerando preocupações sérias sobre a recorrência do uso desproporcional da força por parte das autoridades. Esse padrão de atuação revela um déficit crônico de planejamento estratégico e falta de treinamento adequado que precisa ser endereçado com urgência.

É fundamental compreender que segurança pública não deve ser confundida com vingança institucionalizada. O papel das forças policiais deve ser o de garantir a ordem dentro dos marcos do estado de direito, com base em protocolos rigorosos que assegurem o mínimo risco possível à população civil. Isso requer uma abordagem fundamentada em princípios éticos e técnicos que priorizem a preservação da vida humana e o respeito aos direitos fundamentais.

Quando uma sociedade começa a relativizar o valor da vida, perde-se qualquer base sólida para a construção de um tecido social minimamente coeso. Precisamos reverter essa tendência sob pena de sucumbirmos à barbárie, desumanizando nossas instituições e valores. Nada pode conferir mais sentido à vida do que a valorização da própria existência humana em toda sua complexidade.

A morte de uma criança inocente não pode ser vista como um simples efeito colateral de operações mal planejadas; é uma tragédia de proporções incalculáveis que demanda não apenas reflexão, mas também ação concreta e imediata. Portanto, é imperativo que as autoridades revisem e aprimorem seus protocolos operacionais, garantindo que a segurança pública seja exercida com responsabilidade, dignidade e absoluto respeito à vida e à integridade humana.

Por José Manoel Ferreira Gonçalves

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