A SOCIEDADE NÃO PODE SE CALAR DIANTE DA AMEAÇA DO GOLPE

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Foi com profunda indignação que recebemos a assombrosa, porém não totalmente inesperada notícia, relatada pelo jornal O Estado de S. Paulo, de que o general Braga Netto, ministro da Defesa, fez ameaças contra a democracia, ao condicionar a realização das eleições do próximo ano à aprovação do retorno ao voto impresso pelo Congresso Nacional.

Tal atitude, irresponsável e inconsequente, deve ser motivo de nossa imediata e enérgica contestação, em todos os níveis da sociedade.
Não podemos admitir que a ideia de golpe seja ventilada por representantes do governo, instilando ainda mais crise ao verdadeiro caos institucional que atravessamos. Não podemos nos silenciar.

A atitude do general não é um fato isolado. Seu gesto é mais uma manifestação revoltante de um governo que vem intimidando as instituições democráticas e provocando o temor, concreto, de um golpe às vésperas das eleições.

O comportamento absolutamente reprovável desses péssimos patriotas inclui a desastrosa gestão à frente do Ministério da Saúde; bem como a presença do general Eduardo Pazuello em uma manifestação política no Rio de Janeiro, desrespeitando a hierarquia militar, juntamente com o presidente da República.

Importante dizer que as Forças Armadas são mais sérias que alguns de seus generais; e que nomes como o de Braga Netto não representam a vontade da instituição a qual pertencem.

Caberia na ocasião, em função daquele ato de indisciplina, a aplicação de uma punição administrativa pelo comandante do Exército. Além disso, o presidente da República sabia que a presença do ex-ministro constituía uma irregularidade, e o general também sabia que estava praticando um ato irregular e uma indisciplina. O episódio fragilizou ainda mais a estrutura e a hierarquia das Forças Armadas. É evidente que o presidente pressiona para submeter os comandantes das Forças Armadas à sua vontade autoritária.

Não podemos mais ficar calados diante de gestos que afrontam a vontade e o direito à liberdade.

O momento é de darmos um recado claro a favor da democracia.

Basta de ameaças! Golpe não!

Engenheiro José Manoel Ferreira Gonçalves

 

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