O Sistema Confea/Crea tem eleições gerais marcadas para 17 de novembro. Por que uma eleição de algo muito distante do cotidiano poderá interessar a 1,2 milhão de eleitores engenheiros, geólogos, geógrafos e meteorologistas no Brasil, dos quais 320 mil no estado de São Paulo?
É a primeira vez na história republicana que essas categorias têm a possibilidade de exercer a soberania do voto pela via digital (através do site www.votaconfea.com.br). Eis uma conquista singular, apesar do atraso de anos sem justificativas. Embora o voto seja facultativo, poderá votar um contingente expressivo na mais horizontal eleição do Sistema Confea/Crea até hoje.
Aqui queremos pensar, juntos, por que cada um deve “pôr as mãos na massa”, para enfrentar o desafio de virar uma página que desestruturou e fez regredir a engenharia. Participar da eleição é construir as bases de um futuro promissor. Os Creas e o Confea são instituições (e não entidades representativas) que protegem a sociedade do mau uso da engenharia.
É por isto que o Estado, através de lei federal (5.194/66) lhes confere “fé pública”. O que seria isto e qual sua importância? Pode-se interferir em quaisquer licitações públicas em função da falta de exigências necessárias, fazer cumprir a Lei do Salário Mínimo Profissional (seis mínimos para seis horas), ajudar a empurrar e construir o desenvolvimento tecnológico, ambiental e sustentável com soberania. Ter “fé pública” é um nível de responsabilidade social que deve ser exercido com criatividade e inteligência – e somente os Creas e o Confea têm esse poder impactante.
Em todas as regiões do País, o movimento Engenharia pela Democracia (EngD) anima os profissionais a ocuparem o seu papel de protagonistas nestas eleições, apoiando e participando das campanhas mudancistas dos candidatos comprometidos com a renovação, a democratização, a transparência e a reconstrução do Sistema Confea/Creas. Há nomes da própria EngD na disputa à presidência dos conselhos, os quais saudamos e apoiamos. É o caso das candidaturas de Amaury Monteiro Jr. ao Confea, de Zé Manoel ao Crea-SP, de Francis Bogossian ao Crea-RJ, de Gilson Queiroz ao Crea-MG, de Bira ao Crea-BA e de muitas outras que estão comprometidas com a mudança do Sistema.
Esta onda mudancista é amplamente majoritária. O que se necessita é divulgar as eleições do dia 17 de novembro e os candidatos que simbolizam e encarnam esta rebelião cívica. Urge colocar a documentação em dia (até um mês antes da eleição, em 17 de outubro) para poder exercer o direito de voto.
Confiar no inconformismo dos jovens, nas críticas justas dos profissionais, no potencial de livrar e libertar as entidades representativas e escolas de engenharia de seus apequenamentos frente ao Sistema cooptador são componentes desta caminhada virtuosa para um novo momento de reconstrução e afirmação da engenharia e geociências.
Texto produzido e publicado pelo Movimento Engenharia pela Democracia