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A Engenharia brasileira agoniza em praça pública. E o maior golpe desse desfalecimento vem de São Paulo. Do CREA-SP e seus dirigentes.
As chamas da imoralidade e do descaso com o patrimônio angariado ao longo de décadas com o suor dos profissionais técnicos e engenheiros estão prestes a queimar R$ 200 milhões em imóveis, da forma mais vil e inconsequente possível.
De maneira abrupta, suspeita e leviana, querem atear fogo a um conjunto de seis propriedades públicas sob a guarda do CREA-SP na capital paulista:
Imóvel 1: Avenida Angélica, 2330/2364, Consolação. Valor: R$ 54.511.000
Imóvel 2: Avenida Rebouças, 1006, Jardim América. Valor: R$ 4.194.000
Imóvel 3: Avenida Rebouças, 1.028, esquina com a rua Oscar Freire, Cerqueira César. Valor: R$ 27.500.000
Imóvel 4: Rua José Gomes Falcão, 120/120A x avenida Marquês de São Vicente, s/n. Valor: R$ 56.551.000
Imóvel 5: Rua Nestor Pestana, 87, primeira sobreloja, Consolação. Valor: R$ 3.845.000
Imóvel 6: Avenida Brigadeiro Faria Lima, 1059, Pinheiros. Valor: R$ 51.750.000,00
O ávido desejo de quem dirige hoje o CREA-SP é entregar esses imóveis a uma empresa particular, sem estudos ou projetos. Sem justificativas para essa vergonhosa dilapidação de bens que são de toda a categoria, e que deveriam ser preservados pelos dirigentes da entidade.
Trata-se de uma imoralidade disfarçada sob o nome “tomada de preços”. Com essa artimanha, desprezam a licitação, instrumento amplamente defendido pela engenharia, pelo qual lutamos historicamente e a cada dia como a forma mais justa de contratação.
Como tomada de preços, sem um projeto básico, a iniciativa do CREA-SP não atraiu nenhum proponente. Por que então agora essa permuta seria destinada a um único candidato?
Não estamos falando de um projeto especial, como uma obra de arte, em que apenas um especialista possua os recursos únicos necessários à concretização do projeto. Estamos tratando de uma obra de engenharia em que o vencedor deva ser escolhido com total lisura, e não de acordo com interesses mesquinhos e sombrios.
Se concretizada essa intenção, será um dos maiores atentados contra o patrimônio público da Engenharia de São Paulo e do Brasil.
Basta!
Precisamos impedir mais essa infâmia contra o interesse público perpetrada pela atual gestão do CREA-SP.
Precisamos nos inteirar do andamento desse absurdo que está sendo colocado à mesa pelos dirigentes e reagir a esse espúrio projeto, que já motivou uma ação popular, cujo efeito, porém, é apenas temporariamente efetivo para suspender a criminosa iniciativa. Devemos barrar de vez essa ilegitimidade.
É preciso enfrentar com determinação e sensatez as chamas que estão alimentando a derrocada da Engenharia.
A quem interessa queimar o nosso patrimônio?
Diga NÃO à dilapidação dos imóveis do CREA-SP!
José Manoel Ferreira Gonçalves é engenheiro, jornalista, advogado, professor doutor, pós-graduado em Ciência Política pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, integrante do Engenheiros pela Democracia e presidente da Ferrofrente.
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