Na manhã desta quinta-feira (30), um trem da ViaMobilidade descarrilou entre as estações Júlio Prestes e Barra Funda, da Linha 8-Diamante, na região central de São Paulo. A circulação de trens foi paralisada neste ponto, com funcionamento da linha entre as estações Barra Funda e Itapevi. Não houve feridos.
O engenheiro Jean Pejo destacou o grande número de acidentes neste trecho em pouco espaço de tempo. “O caso ainda não tem um laudo, mas é muito estranho em menos de quatro meses acontecerem oito acidentes. Isso demonstra problemas na operação exigindo mais treinamento específico dos profissionais, provável problemas na via permanente, seja por fixações, seja por AMVs, e problemas de dormentacao e trilhos”, disse o engenheiro ex-superintendente técnico da Fepasa e presidente do Conselho Consultivo da Frente Nacional pela Volta das Ferrovias (Ferrofrente).
Pejo destacou a necessidade imediata da realização de uma auditoria por parte do Governo do Estado, convocando a ViaMobilidade e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). “É preciso saber a capacidade de operação dessa via que transporta mais de 1 milhão de passageiros por dia. Não dá para brincar com coisa séria. Existe falha na operação; na manutenção; no treinamento de pessoal entre outros problemas. O governo não pode só privatizar e e esquecer que a concessão é um serviço público e o governo continua sendo o responsável pela qualidade do serviço a população. Para isso existem as agências reguladoras, afirmou.
O presidente da Ferrofrente José Manoel Ferreira Gonçalves destacou que a sociedade civil, de forma geral, deveria inquirir a ViaMobilidade e a CPTM dos motivos dos sucessivos acidentes. “A segurança é um aspecto fundamental do transporte público e a Ferrofrente entende que as empresas responsáveis devem prezar pela integridade dos usuários em todos os momentos. É preciso investir em manutenção adequada das linhas e dos trens, bem como em treinamento adequado dos funcionários, afim de garantir a segurança e a qualidade dos serviços prestados”, declarou o engenheiro.
Ele citou que a Ferrofrente está à disposição para colaborar com as autoridades competentes na busca por soluções efetivas para garantir a segurança e a eficiência do transporte ferroviário em São Paulo. É necessário que as empresas responsáveis assumam a responsabilidade pelos acidentes e sejam transparentes com a população sobre as medidas que estão sendo tomadas para evitar que esses incidentes se repitam no futuro.
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